Oportunidade

Piratini no auxílio à saúde infantil

Programa do Ministério da Saúde com o Hospital Sírio Libanês promove no município estudo de protocolos de atendimento ao SUS

A cidade é pequena, pouco mais de 20 mil habitantes. No entanto, se prepara para um projeto que pode dar uma grande colaboração à saúde de 59 milhões de crianças e adolescentes brasileiros até 17 anos. Uma parceria firmada esta semana entre Piratini e o Hospital Sírio Libanês fez do município o único do Rio Grande do Sul a participar do estudo de novos protocolos de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país.

Criado pelo Ministério da Saúde, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) é executado junto ao hospital paulista como forma de pesquisar novos parâmetros de atendimento e capacitar profissionais para melhorar a saúde pública. E é aí que entra Piratini. Será no Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição e nas cinco unidades de atenção básica municipais que serão pensadas novas soluções para problemas cotidianos relacionados à saúde das crianças e jovens entre zero e 17 anos.

A primeira reunião entre gestores e técnicos de saúde de Piratini e profissionais do Sírio Libanês está marcada para o próximo dia 22. Durante três dias, a gestora de aprendizagem do hospital estará no município para discutir com as equipes protocolos de atendimento capazes de melhorar a resolutividade dos problemas dos jovens pacientes.

“Estudaremos com as equipes que atendem uma série de parâmetros que ao longo dos próximos quatro meses serão adequados à realidade local”, explica Maria Letícia de Pelegrini. Os encontros se repetirão mensalmente, sempre com o objetivo de avaliar resultados e adaptar às necessidades de cerca de cinco mil crianças e adolescentes piratinienses.

Além da linha de pesquisa sobre Saúde das Crianças que será desenvolvida no município gaúcho, mais três projetos serão executados simultaneamente em mais nove cidades do país: Saúde da Mulher, Doenças Crônicas Degenerativas e Dores Crônicas.

Mudança de paradigma
Tradicionalmente voltado a municípios de médio e grande porte, esta será a primeira vez que o Proadi será realizado tendo como base uma comunidade pequena no interior do Estado. Para o secretário municipal de Saúde e presidente do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Diego Espíndola, isso reflete uma nova visão do Ministério da Saúde. “É momento de dar espaço também para os pequenos, também podemos contribuir para melhorar a saúde.”

Dentre os principais desafios a serem enfrentados pelo grupo de trabalho em Piratini está o desenvolvimento de protocolos capazes de qualificar o atendimento infantil nas regiões mais afastadas. O município possui 42% da sua população residindo na zona rural. Boa parte dela vivendo em 17 assentamentos da reforma agrária e oito comunidades quilombolas. “A parte clínica será muito debatida. Isso porque os médicos e técnicos chegam com protocolos vistos nas universidades que não se enquadram na realidade. Por isso é importante que analisemos o nosso cenário para criar os parâmetros”, observa Espíndola.

Apesar de ter caráter nacional, já que a definição das linhas de pesquisa e das cidades é feita pelo SUS com base nos temas que mais interessam ser aplicados na saúde pública, a parceria entre Piratini e Sírio Libanês tem como foco principal o próprio município base. Os protocolos e suas adequações serão desenvolvidos por especialistas voltados ao cenário específico. Depois disso, caberá ao Ministério da Saúde avaliar os resultados e aplicar na qualificação do sistema como um todo, em qualquer região do país.

Mesmo que ao fim do processo os parâmetros definidos em Piratini não se tornem padrões nacionais, o resultado do processo poderá será válido para outras cidades. “Ficará aberto para estudos, aperfeiçoamento. Piratini não vai se apoderar disso. Tudo será publicado e apresentado no Conselho Estadual das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e outros municípios poderão usar o conhecimento para ajudar a resolver os seus problemas”, conclui o secretário.

O Proadi
A cada três anos o SUS define linhas de pesquisa e os municípios que servirão como base. Em seguida, repassa a cinco grandes hospitais filantrópicos do país a tarefa de desenvolver o trabalho como forma de compensar à sociedade o valor não arrecadado em impostos.

Especialistas desenvolvem nos municípios estudos sobre protocolos de atendimento de saúde relacionados às áreas selecionadas pelo SUS. Protocolos são os percursos terapêuticos seguidos pelos profissionais para resolver um problema. Exemplo: o tipo de medicamento que será usado em cada caso, para qual local transferir em caso de agravamento do quadro e outros encaminhamentos.

Após quatro meses de trabalho, o grupo formado por gestores e técnicos define estes procedimentos e o município inclui na sua resolução de atenção básica. Os resultados também são levados ao Ministério da Saúde, que pode incluir nos métodos de atendimento em todo o país.

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